RJ: "Vou lutar pelos bons policiais", diz nova chefe de Polícia Civil do Estado do Rio

15/02/2011 23:22

 Marta Rocha substitui Turnowski, que deixou o cargo na manhã desta terça-feira

Mario Hugo Monken, do R7 | 15/02/2011 às 21h20 | Atualizado em: 15/02/2011 às 21h33

 

A nova chefe de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Marta Rocha, disse em entrevista coletiva na noite desta terça-feira na sede da Secretaria Estadual de Segurança Pública, no Centro, que vai fortalecer o treinamento dos policiais e priorizar a eficiência do atendimento policial. Ela, que ainda não tem uma equipe formada, afirmou que vai lutar pelos bons agentes que ainda estão no comando da polícia fluminense.

 

- Eu não me via como uma chefe de polícia, mas vou lutar para fortalecer a academia policial e garantir o treinamento dos policiais. Um policial bem treinado não teme a Corregedoria da Polícia Civil.

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, ressaltou que a escolha de Marta Rocha foi uma unanimidade e que ela contou com o seu total apoio. Segundo ele, uma mulher à frente da Polícia Civil significa uma mudança de paradigma na história das instituições públicas do Rio.

- Me sinto honrado e feliz diante da escolha da primeira mulher para chefiar a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. A Marta está bastante afinada com os horizontes da Secretaria de Segurança Pública.

Beltrame também destacou que Marta Rocha tem a difícil tarefa de substituir Allan Turnowski, deixou o cargo na manhã desta terça-feira.

- Marta tem uma história de 29 anos de polícia. Será muito difícil substituir um grande policial, um homem que deixou a sua marca e isso só aumenta a sua responsabilidade.

29 anos na Polícia

Atualmente, Marta ocupava o cargo de diretora da DPAM (Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher), órgão responsável pelas DEAMs (Delegacias de Atendimento à Mulher).

Rocha foi corregedora e subchefe da Polícia Civil em 1999 e passou por várias delegacias. Entre elas, a do Campinho (28º DP), na zona norte, onde atuou no combate às milícias, e a 15ª DP (Gávea), na zona sul, onde ficou responsável pelo inquérito sobre o sequestro do ônibus 174 ocorrido em junho de 2000.

A delegada trabalhou também nas delegacias da praça da Bandeira (18ª DP), de Vila Isabel (20ª DP) e da Ilha do Governador (37ª DP), todas na zona norte, e na delegacia do Leblon (14ª DP), na zona sul. Foi responsável ainda pela implantação da Deat (Delegacia Especial de Atendimento ao Turista).

A nova comandante da polícia presidiu o Cedim (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher), órgão responsável pela formulação de políticas públicas sob a ótica da mulher, que visa a um fortalecimento da cidadania feminina.

Entenda a crise na Polícia Civil do Rio

Rocha assume o cargo em meio a uma das maiores crises da instituição, que começou após a deflagração da operação Guilhotina da PF (Polícia Federal), na última sexta-feira (11), que resultou na prisão de 30 policiais, sendo 20 militares e dez civis. Entre os presos está o delegado Carlos Antônio Oliveira, que foi braço direito de Allan Turnowski.

No mesmo dia, após as prisões, Turnowski foi convocado a prestar depoimento na PF na condição de testemunha. Já naquele momento, o próprio Beltrame admitiu que ele não estava garantido no cargo.

A situação de Turnowski ficou insustentável após ele dar início a uma operação na Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais), comandada pelo delegado Cláudio Ferraz, um dos homens da confiança de José Mariano Beltrame, Secretário de Segurança.