Empresas dão até 16º salário para reter funcionários

01/02/2011 00:04

 Falta de mão de obra qualificada faz empresas pagarem cursos, viagens e benefícios

Do R7, com Jornal da Record

Cursos, treinamentos, viagens e até três salários a mais por ano para cada funcionário. As empresas estão apostando alto em sua mão de obra e oferecendo cada vez mais benefícios com o objetivo de segurar seus melhores empregados em seu quadro de funcionários.

A forte concorrência em alguns setores, reflexo da falta de profissionais qualificados no mercado, faz com que a ameaça de que outras empresas “roubem” os talentos seja cada vez maior.

Uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou que a “falta de qualificação” é o maior problema da indústria, atualmente. Um em cada quatro empresários diz que isso travou o crescimento do setor no ano passado. Na construção civil, 6 em 10 dizem que sofrem com a falta de empregados qualificados.

O advogado Fernando Vianna passou de estagiário a “doutor” em oito anos. A mudança é resultado de um intercâmbio e vários cursos feitos no exterior que permitiram que ele assumisse um cargo mais alto na mesma empresa. A boa notícia para ele é que tudo foi bancado pela própria companhia.

- Se não fosse essa aposta da firma no meu trabalho eu não estaria onde estou hoje, nem aqui nem em qualquer outra lugar fora.

Uma empresa de tecnologia de Florianópolis (SC), além de treinamento, paga até 16º salário para os funcionários. Carlos Eduardo Penteado, dono da empresa, explica que isso tudo tem a ver com o desempenho do funcionário e a recompensa por mérito.

- Dependendo do desempenho vai ganhar mais. Eu tenho que oferecer algo a mais para manter o funcionário aqui.

Para a estagiária Gabriela Brunazo, este é um dinheiro extra que a motiva e permite a realização de alguns sonhos.

- Eu adoraria terminar inglês, fazer uma viagem ou terminar o curso mesmo. Seria uma aplicação para as minhas metas, com certeza.

Uma pesquisa mostra que para cada R$ 1 investido em recursos humanos, as empresas economizam, em média, R$ 13 com custeio de funcionários e processos de contratação. Estudos também revelam que o aumento de salário isoladamente, sem a concessão de benefícios, não é o ideal. A compensação financeira tem de ser uma consequência e não a causa do desempenho do funcionário.

 

A falta de qualificação dos trabalhadores é motivo para que 1 em cada 3 desempregados deixe de procurar emprego pelo simples temor de ser rejeitado por causa do pouco estudo. A conclusão é de um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que entrevistou 2.770 pessoas em todas as regiões brasileiras.

Segundo o estudo, os desempregados que dão mais relevância à falta de qualificação como motivo para não trabalhar são das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste - 48,4%.