Com corte no Orçamento, parlamentares perdem R$ 18 bilhões em emendas
Redução decidida pelo governo corresponde a 72% das emendas apresentadas
O montante corresponde a aproximadamente 72% das emendas apresentadas pelos parlamentares, que somadas chegam a cerca de R$ 25 bilhões, segundo a Consultoria da Câmara.
Para o deputado Gilmar Machado (PT-MG), que foi líder do governo na Comissão Mista de Orçamento no ano passado e é vice-líder do PT, o corte já era esperado, porque, como 40% dos deputados da legislatura anterior não foram reeleitos, não terão suas emendas liberadas.
Na avaliação de Machado, é possível que no segundo semestre haja uma redução nas medidas de austeridade do governo, caso a pressão inflacionária diminua.
Já o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), considerou que a redução é uma tentativa de conter a inflação de uma forma “desarranjada e desordenada, porque atinge áreas sociais e investimentos em detrimento das despesas de custeio e do cabide de emprego patrocinado pelo governo”.
Mantega afirmou que manter o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 7,5%, como foi registrado em 2010, “pode criar gargalos e gerar problemas inflacionários”.
O corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, anunciado pelo governo no início do mês, foi detalhado hoje.
Do volume total que deve ser reduzido, R$ 15,7 bilhões dizem respeito às despesas obrigatórias, que envolvem os gastos com pessoal, benefícios previdenciários, além do abono e do seguro-desemprego.
Isso significa que novas nomeações por concurso público estão congeladas em 2011. Miriam Belchior explicou que pretende economizar R$ 3,5 bilhões com as novas medidas.
- Nós tínhamos previsto no Orçamento R$ 5 bilhões para novas contratações. Estamos dizendo que R$ 3,5 bilhões não serão realizados. Isso seriam gastos novos. Então não nos parece absurdo alcançar essa meta. É possível segurar novas contratações.
O total de gastos previstos pelo Orçamento para este ano é de R$ 2,7 trilhões.