Com corte no Orçamento, parlamentares perdem R$ 18 bilhões em emendas

28/02/2011 21:54

 Redução decidida pelo governo corresponde a 72% das emendas apresentadas

Do R7, com Agência Câmara
Os ministros do Planejamento, Miriam Belchior, e da Fazenda, Guido Mantega, informaram nesta segunda-feira (28) que, como parte do corte total de R$ 50 bilhões que atingirá o Orçamento da União de 2011, R$ 18 bilhões serão tirados das emendas parlamentares.

O montante corresponde a aproximadamente 72% das emendas apresentadas pelos parlamentares, que somadas chegam a cerca de R$ 25 bilhões, segundo a Consultoria da Câmara.

Para o deputado Gilmar Machado (PT-MG), que foi líder do governo na Comissão Mista de Orçamento no ano passado e é vice-líder do PT, o corte já era esperado, porque, como 40% dos deputados da legislatura anterior não foram reeleitos, não terão suas emendas liberadas.

Na avaliação de Machado, é possível que no segundo semestre haja uma redução nas medidas de austeridade do governo, caso a pressão inflacionária diminua.

Já o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), considerou que a redução é uma tentativa de conter a inflação de uma forma “desarranjada e desordenada, porque atinge áreas sociais e investimentos em detrimento das despesas de custeio e do cabide de emprego patrocinado pelo governo”. 
De acordo com os ministros, o corte não vai “derrubar” a economia brasileira, mas ajustá-la a um patamar de crescimento “sustentável”, na faixa dos 5% ao ano. 

Mantega afirmou que manter o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 7,5%, como foi registrado em 2010, “pode criar gargalos e gerar problemas inflacionários”.

O corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, anunciado pelo governo no início do mês, foi detalhado hoje. 

Do volume total que deve ser reduzido, R$ 15,7 bilhões dizem respeito às despesas obrigatórias, que envolvem os gastos com pessoal, benefícios previdenciários, além do abono e do seguro-desemprego.

Isso significa que novas nomeações por concurso público estão congeladas em 2011. Miriam Belchior explicou que pretende economizar R$ 3,5 bilhões com as novas medidas.

- Nós tínhamos previsto no Orçamento R$ 5 bilhões para novas contratações. Estamos dizendo que R$ 3,5 bilhões não serão realizados. Isso seriam gastos novos. Então não nos parece absurdo alcançar essa meta. É possível segurar novas contratações.

O total de gastos previstos pelo Orçamento para este ano é de R$ 2,7 trilhões.